Quem não curte a roça, não sabe o que está perdendo das maravilhas do interior. A fartura e as delícias da roça num ambiente único e diversificado praticamente no perímetro urbano de Colorado, você encontra na Chácara Santa Terezinha do pioneiro Deolindo Calegari, propriedade que faz frente para duas Rodovias, Rodovia Francisco Laranjeira Vilar (Sequência da Avenida Paraná de quem sai de Colorado) e Rodovia Engenheiro Agrônomo Oscar Figueiredo Filho (PR-542), bem no trevo sentido Alto Alegre, é ali que há mais de 20 anos o produtor, Deolindo tem uma roça de Coco Verde, fruta que fornece para o mercado atacadista dos grandes centros como Maringá e Londrina.
Café quente, boa prosa e amor pelo campo. Ele “proseia” com a gente, ao lado da filha Tânia e do parceiro Aparecido: “É assim que vivo. Aqui na roça, a gente até pode ser bruto, mas cultivamos sorrisos sinceros e abraços apertados”. Um segredo de estar firme com esta lavoura, com acompanhamento de engenheiro agrônomo que vem de Nova Esperança; “A gente sabe que o coco não fecunda, não ocorre a polinização cruzada, portanto não observamos ainda que a pulverização aérea que acontece na região, possa ter prejudicado a nossa lavoura de coco verde. Mas outras plantações, estão sofrendo este impacto do ar poluído, como exemplo o Maracujá (já desisti de plantar), sinto falta das abelhas, não sei até quando nós da roça vamos suportar esta quantidade de produtos químicos. O tempo no campo flui em harmonia, ensinando a gente a saborear cada momento, muitas frutas das 4 estações espalhadas e entremeio as árvores adultas, carregadas de cacho com coco verde e observando como a nossa terra é fértil”.
Deolindo mantém as ruas entre árvores, todas cobertas com folhas do coqueiro, é o que a terra precisa, proteção natural, o sol não bate forte, mantém umidade na terra, dispensando o uso constante de produtos químicos. Num momento de nossa visita não poderia ter sido melhor, Deolindo foi até a cozinha, tomou nas mãos ferramentas adequadas, abriu dois cocos e com canudinho nos deu aquela deliciosa e pura água. A lição que fica, é que esse senhor, com mais de 80 anos, já passou por várias cirurgias do coração, é viúvo e tem vida salutar no campo. São destas pessoas que o alimento está em nossas mesas, nos grandes arranha céus das metrópoles, e é necessário valorizar o homem e mulher do campo que cuidam da terra, jogam semente e esperam a chuva, e pena que muitas vezes num mercado ou distribuidor de alimentos, vejamos o desperdício que fazem com os produtos da roça, que são construídos pelas mãos de homens e mulheres, sem conservantes.